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Crítica: Sonho Tcheco (2004)
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Críticas 13 de Março de 2018 Renan Fileto

Crítica: Sonho Tcheco (2004)

Volta e meia acompanhamos através das mídias polêmicas envolvendo peças publicitárias, acompanhadas de discussões sobre os limites da propaganda, sobretudo daquela direcionada ao grande público. Nem sempre a propaganda apresenta apenas um produto, mas sim um valor, uma ideia, ou até mesmo um conceito. Ou será que a propaganda pode fazer desses últimos, produtos em si?
Em Sonho Tcheco dois estudantes de cinema de Praga desenvolvem, como seu trabalho final de curso, uma campanha publicitária para promover um hipermercado com direito a jingle, folhetos anunciando preços baixos espalhados pela cidade, propagandas na televisão e nas rádios, além de outdoors exibindo o logotipo do Sonho Tcheco, novo centro de compras e de lazer da população. O detalhe é que o mercado não existe!
O resultado foi três mil pessoas se dirigindo a um descampado, afoitas por aproveitarem as melhores ofertas e terem uma experiência especial. É um documentário que mostra algumas das estratégias de marketing envolvidas na promoção de um produto (que sequer existe, nesse caso), de maneira que o que importa é atender ao cliente.
Muito tem se discutido, desde a proliferação do acesso à internet e especialmente das redes sociais, que a imagem divulgada tem mais impacto do que a coisa em si, ou seja, a apresentação do produto nem sempre corresponde a uma equivalência entre o divulgado e a materialidade da coisa. Isto vale para corpos perfeitamente trabalhados em filtros e poses que promovem padrões irreais, mas também para os famosos “textões” divulgados por militantes virtuais, ou seja, aqueles que defendem ideias e valores que lhes rendem “curtidas” e visualizações, mas que dificilmente se convertem em convicções em suas práticas cotidianas.


Exemplos à parte, o principal objetivo dos estudantes tchecos é mostrar os efeitos do consumismo numa sociedade pós-comunista. Para tanto, decidiram mostrar que as campanhas publicitárias são capazes de fazer as pessoas acreditarem em algo que não existe, motivados por necessidades que acreditam ter.
O filme inicia com imagens de períodos diferentes da República Tcheca: na época do comunismo, com filas enormes que se formavam nos supermercados em função da escassez de alimentos; e em seguida, pessoas tendo que ser contidas por policiais na abertura de um hipermercado em função de sua avidez por ofertas. Logo a seguir, os diretores nos explicam o propósito de seu projeto justamente no local onde será instalada a fachada do Sonho Tcheco.
Acompanhamos todas as etapas da construção desse “sonho”, desde a transformação da imagem de dois estudantes de cinema em respeitáveis e carismáticos empresários, até a criação de rótulos e logomarcas para o mercado. Mas o que é ainda mais importante no filme é o modus operandi das agências publicitárias, acompanhado de discussões promovidas pelos próprios diretores do filme sobre ética. Para os publicitários em questão, o importante é entregar um produto final bem feito, desconsiderando o fato da existência ou não do produto que estão promovendo. A pergunta que surge, então, com ainda mais clareza no final do filme, é: o quê se vende? Será que a publicidade atual promove na verdade seus próprios parâmetros para tornar algum produto real e desejável?
O filme se encerra com a inauguração do mercado, seguida da exposição da reação dos “clientes”, que carregavam sacolas e carrinhos de compras, ansiosos para aproveitarem as ofertas e participarem desse sonho. Destaque para as falas de algumas dessas pessoas, que associaram a promoção do Sonho Tcheco com a propaganda política da época, que clamava pela inclusão da República Tcheca na União Europeia.
Assim como vemos ocorrer nas redes sociais, que têm mediado cada vez mais a maneira como lidamos com o outro e com nós mesmos, outro debate que o documentário levanta é se a Publicidade se tornou uma instituição onde o que se transmite não é algo de concreto, mas sim imagens de si mesmas.

 

Sonho Tcheco (Ceský Sen / República Tcheca, 2004)

Direção: Filip Remunda, Vít Klusák

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Tags: cinema cinema europeu consumismo filmes publicidade sonho tcheco







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